História & Estórias

Archive for Dezembro, 2018

FELIZ ANO NOVO!

Feliz ano novo
Ano novo, vida nova
Que a paz e a tranquilidade,
Carinho e muito amor
Te envolvam com fervor!
 
Ano novo, vida renovada
Renovada no rosto de uma criança
Com sorrisos de esperança
Gargalhadas de alegria
E abraços de harmonia!
 
Todos os dias são ano novo
Em cada minuto vivido
Em cada segundo sentido
Em cada momento sofrido
Em todo o amor oferecido!
 
Feliz ano 2019
Que a tua vida se inove!
Feliz dia
Te desejo com alegria!
Feliz momento
Te desejo com sentimento!
 
Feliz ano,
Feliz dia,
Feliz momento!

                                                                                        Fernand@maro

MEMÓRIAS DE INFÂNCIA – CHEIROS E SABORES DE NATAL

Porque há memórias, receitas, cheiros e sabores que aquecem a alma, que nos alimentam o espírito, hoje, 21 de dezembro, recordo com saudade os aromas e os sabores aconchegantes dos natais da minha meninice. Estes eram únicos, bem como toda a euforia e entusiasmo que irradiava desta quadra festiva!

Tudo começava com a recolha de pequeno e finos toros de madeira que iriam, depois de acesos, fazer ferver o azeite, numa sertã/frigideira de três pernas, que fritariam as tão deliciosas de bolas de natal, também conhecidas por filhós.

Eu segurava no alguidar, e com a força que parecia não ter, a minha mãe com a massa até ao cotovelo amassava e voltava a amassar, batia e socava a massa uma e outra vez. Quando esta se soltava bem das mãos estava pronta para levedar. Depois de polvilhada com farinha, era coberta com um pano branco e colocada junto da lareira para que crescesse bem e rapidamente.

Sentada num pequeno banco de madeira, com um pano branco nos joelhos, a minha mãe fazia bolinhas de massa que, depois de molhadas em azeite numa pequena tigela junto à lareira, tendia sobre o joelho fazendo a bola/a filhó e colocava-a no azeite. Eu gostava delas finas, quase transparentes! Eu, ao seu lado, com um garfo grande, virava, com cuidado e carinho, cada filhó. Depois de bem douradas e bem escorridas eram polvilhadas com açúcar e canela, guardas num tabuleiro ou num cesto e cobertas com uma toalha branca.

Adorava-as e adoro-as quentinhas, acabadas de fazer! Estas eram comidas não só na noite de consoada, no dia de Natal, mas também ao longo da semana até ao Ano Novo.

Para que a tradição natalícia fosse cumprida na noite de consoada comia-se o bacalhau cozido, o arroz de polvo e as migas /açorda de bacalhau e couve penca. Na sobremesa não podia faltar as filhós, o arroz doce e as rabanadas e salpicadas com canela.

Ainda, na noite de 24 de dezembro, enquanto alguns jovens andavam de porta em porta a cantar “As Boas Festas”, outros cavaqueavam e aqueciam-se junto do gigantesco cepo / madeiro que ardia no largo da igreja. Este era ateado no entardecer da véspera de Natal e ardia até ao Dia dos Reis. Nos dias anteriores os rapazes da aldeia iam roubar grandes troncos e raízes de árvores que depositavam no adro da igreja. Hoje pessoas de todas as idades continuam a juntar-se e a conviver em redor do cepo / da fogueira, aproveitando o lume do braseiro para assar e saborear frangos e febras de porco.

Ao deitar e antes da meia-noite, colocava o meu sapato na chaminé da lareira, na esperança que o Menino Jesus lá deixasse uma prendinha. Ele nunca deu com a minha casa, a prenda nunca apareceu mas, no dia de Natal, eu podia exibir-me e com vaidade com uma roupa nova.

Não posso esquecer e deixar de referir o presépio e a Árvore de Natal, que eram construídos juntos para que o pinheiro protegesse a gruta do Menino Jesus. Era também uma grande azáfama! Após cortarmos o pinheiro, arranjarmos o musgo, fazíamos a Árvore de Natal, enfeitando-a com bolinhas e fitas brilhantes. Por baixo montávamos o presépio com montes e vales, rebanhos e pastores e uma gruta que albergava o Menino Jesus, Nossa Senhora, S. José e o burrinho e vaquinha. Claro que não podia faltar a Estrela de Belém e os três Reis Magos!

Sou fã e colecionadora de presépios, tenho muitos (cerca de oitenta) e já fiz muitos, mas nunca consegui fazer um tão bonito como aqueles que recordo da minha infância!

Fernand@maro

RETRATO (Eu não dei por esta mudança)

O tempo passa. A idade avança. Escoa-se a juventude e pé ante pé sem provocar rumores bate à porta a velhice. Com relutância vamos deixá-la entrar!

Uma das vantagens da velhice é deixarmos de nos preocupar com o que pensam os outros! Percebemos que somos nós, cada um de nós, seres únicos com valor!

 “[…] nós envelheceremos um dia, se tivermos este privilégio. Olhemos, portanto, para as pessoas idosas como nós seremos no futuro. Reconheçamos que as pessoas idosas são únicas, com necessidades e talentos e capacidades individuais, e não um grupo homogéneo por causa da idade. “

Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU.

RETRATO

Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
– Em que espelho ficou perdida
a minha face?

Cecília Meireles MEIRELES, C. Antologia Poética

Conto de Natal – Um Natal Inesperado

Profactiva's Blog

Há cerca de doze anos pediram-me para escrever um conto de Natal, para o jornal da escola, onde trabalhava. Como alto duriense que sou, mergulhei nas minhas memórias e desenhei e pintei através das palavras os natais da minha infância.
Conto de Natal
Um Natal Inesperado

Era uma tarde fria e escura de Dezembro, véspera de Natal. O céu estava coalhado de nuvens-coelho, nuvens-javali e nuvens-pássaro, como de animais as matas transmontanas. Os montes, as árvores, os caminhos e os telhados das casas estavam cobertos de neve.
Chico, um rapaz de dez anos, deslizava cuidadosamente sobre o caminho macio, com receio de pisar e amachucar aquele imenso algodão branco que cobria toda a paisagem. O frio intenso cortava-lhe a pele como se de uma navalha se tratasse. Vestia uma grossa e usada camisola, um casacão largo e gasto e umas calças de cotim já muito coçadas. Cobria a cabeça com…

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TUDO É TEMPO

Ontem, hoje, amanhã

Tudo é tempo!

Tempo passado

Tempo vivido

Tempo sofrido

Tempo sentido!

Passado, presente, futuro!

Presente divertido

Vivido com energia

Que brilhará amanhã

Em tempo de alegria

No futuro irá brotar

O que no presente semear!

Tudo é tempo

Antes, durante, depois

Antes pensar

Durante delinear

Depois realizar

Tempo de saborear!

Tudo é tempo

De aproveitar!

Fernand@maro

DIA DOS DIREITOS HUMANOS

Hoje celebramos este marco histórico em nome de um mundo mais livre, mais justo e com mais igualdade.

A 10 de dezembro de 1948, foi aprovada e proclamada, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Três anos após os horrores da 2.ª Guerra Mundial, foi reconhecida não só a igual dignidade de todos os seres humanos – “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos(…) sem distinção alguma, nomeadamente de raça, cor, sexo, língua, religião,opinião política ou outra, origem nacional ou social, de nascimento ou de qualquer outra situação…” – como também o papel essencial a desempenhar por todos os indivíduos, todos os órgãos da sociedade, pelo ensino e pela educação na promoção
desses direitos, liberdades e responsabilidades.

MINHA MÃE TEM FLORES NOS OLHOS

NÃO ME ESQUECI DE TI

NÃO ME ESQUECI DE TI

Mãe, hoje bateu a saudade!

Lembrei-me do seu sulcado rosto

Do seu carinhoso olhar

Tão capazes de amar!

Mãe, como anseio

Sentir suas calejadas mãos

Junto ao meu coração,

Careço das suas ternas carícias

 E dos seus quentes abraços

Num xi apertado de emoção!

Mãe, hoje bateu a saudade!

                                                                           Fernand@maro

Poema à Mãe

No mais fundo de ti, 

eu sei que traí, mãe 

Tudo porque já não sou 
o retrato adormecido 
no fundo dos teus olhos. 

Tudo porque tu ignoras 
que há leitos onde o frio não se demora 
e noites rumorosas de águas matinais. 

Por isso, às vezes, as palavras que te digo 
são duras, mãe, 
e o nosso amor é infeliz. 

Tudo porque perdi as rosas brancas 
que apertava junto ao coração 
no retrato da moldura. 

Se soubesses como ainda amo as rosas, 
talvez não enchesses as horas de pesadelos. 

Mas tu esqueceste muita coisa; 
esqueceste que as minhas pernas cresceram, 
que todo o meu corpo cresceu, 
e até o meu coração 
ficou enorme, mãe! 

Olha — queres ouvir-me? — 
às vezes ainda sou o menino 
que adormeceu nos teus olhos; 

ainda aperto contra o coração 
rosas tão brancas 
como as que tens na moldura; 

ainda oiço a tua voz: 
          Era uma vez uma princesa 
          no meio de um laranjal…
 

Mas — tu sabes — a noite é enorme, 
e todo o meu corpo cresceu. 
Eu saí da moldura, 
dei às aves os meus olhos a beber, 

Não me esqueci de nada, mãe. 
Guardo a tua voz dentro de mim. 
E deixo-te as rosas. 

Boa noite. Eu vou com as aves. 

Eugénio de Andrade, in “Os AmantesSem Dinheiro” 

A COMEMORAR TAMBÉM SE APRENDE!

HOJE, 2 DE DEZEMBRO, É DIA INTERNACIONAL DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA!

Em 2004 a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o dia 2 de dezembro dia Dia-Internacional-para-a-Abolicao-da-EscravaturaInternacional da Abolição da Escravatura, no sentido de se fazer uma atenta e acérrima reflexão, discussão e combate contra esta dura realidade.

A data lembra a assinatura da Convenção das Nações Unidas para a Supressão do Tráfico de Pessoas e da Exploração da Prostituição de Outrem, a 2 de dezembro de 1949.

Estima-se que existam cerca de 21 milhões de vítimas de escravidão espalhadas pelo mundo: trabalho forçado, tráfico de crianças e mulheres, prostituição, casamentos combinados, escravatura doméstica, trabalho infantil….

Portugal foi dos primeiros países a abolir a escravatura. Em 1761, no reinado de D. José I, em Portugal Continental (Metrópole) e na Índia a escravatura foi abolida pelo Marquês de Pombal.

Só no séc. XIX, no reinado de D. Luís, com a lei de 25 de fevereiro de 1869, foi proclamada a abolição da escravatura em todo o Império Português.

“Fica abolido o estado de escravidão em todos os territórios da monarquia portuguesa, desde o dia da publicação do presente decreto.

Todos os indivíduos dos dois sexos, sem excepção alguma, que no mencionado dia se acharem na condição de escravos, passarão à de libertos e gozarão de todos os direitos e ficarão sujeitos a todos o deveres concedidos e impostos aos libertos pelo decreto de 19 de Dezembro de 1854.”

Luís, Diário do Governo, 27 de Fevereiro de 1869dia-mundial-abolicao-escravatura-2017

A RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA

Aconteceu em 1640…