Foi a 01 de dezembro de 1640 que, os Conjurados, um grupo de 40 jovens da nobreza portuguesa puseram fim ao domínio espanhol de 60 anos e restauraram a independência de Portugal. Pelas 9 horas da manhã invadiram o Paço da Ribeira, prenderam a Duquesa de Mântua, representante do rei Filipe III, em Portugal, mantaram o seu principal conselheiro Miguel de Vasconcelos e atiraram o seu corpo por uma janela. Aclamaram D. João Duque de Bragança, como rei de Portugal, com o título de D. João IV.
Iniciou-se desta forma a Guerra da Restauração que só vai terminar em 1668, com a assinatura de um tratado de paz, o Tratado de Madrid, bem como a 4ª e última dinastia da monarquia portuguesa, a Dinastia de Bragança ou Brigantina.
No dia 1 de Maio de 1886, 500 mil trabalhadores manifestaram-se pacificamente ruas de Chicago, nos Estados Unidos, exigindo a redução do horário de trabalho para oito horas. A polícia, após ferir e matar dezenas de operários conseguiu acabar com a manifestação.
1 de maio de 1886, em Chicago
Mas os trabalhadores não desistiram, pelo que no dia
5 de Maio de 1886 voltaram às ruas e foram novamente reprimidos: 8 líderes foram
presos, 4 trabalhadores executados e 3 foram condenados a prisão perpétua.
A luta continuou e a solidariedade internacional
pressionou o governo americano a anular o falso julgamento. Um novo júri inocentou
os trabalhadores, que ordenou a libertação dos 3 presos.
Em 1889 o Congresso Operário Internacional, reunido
em Paris, decretou o 1º de Maio, como o Dia Internacional dos Trabalhadores, um
dia de luto e de luta.
Pelo exposto na Europa o “Dia do Trabalhador” comemora-se sempre no dia 1 de Maio.
Em Portugal o “Dia do Trabalhador” só passou a comemorar-se, após a Revolução de 25 de Abril de 1974, a 1 de maio de 1974.
A
1 de maio de 1500, Pêro Vaz de Caminha, escrivão da armada de Pedro Álvares
Cabral, escreveu de Porto Seguro ao rei D. Manuel I, comunicando-lhe a
descoberta do Brasil. A armada chegou a Terras
de Vera Cruz, assim foram batizadas aquelas terras, mais tarde chamadas de
Brasil, a 22 de abril de 1500.
Desde
2005 este documento faz parte do Programa Memória do Mundo da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Este documento é de extrema importância para a História e cultura
portuguesas e mundiais, visto tratar-se uma verdadeira carta-narrativa, onde se
descreve a geografia, a fauna, a flora do Brasil, aspetos etnográficos dos
nativos (a aparência, a psicologia… dos Índios), bem como as experiências de contacto entre os dois povos e
culturas e as reações mútuas.
Carta de Pêro Vaz de Caminha a D. Manuel I
Sem dúvida que, a Carta do Achamento do Brasil é um documento essencial
para a compreensão do Renascimento português e da História do mundial.
Carta do Achamento do Brasil.
“Senhor, posto que o capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães, escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que nesta navegação agora se achou, não deixarei também de dar minha conta disso a Vossa Alteza (…) (…) do que hei de falar começo e digo: a partida de Belém, como Vossa Alteza sabe, foi segunda-feira, 9 de março. Sábado, 14 do dito mês, entre as oito e as nove horas, nos achamos entre as Canárias, mais perto da Grã-Canária, onde andamos todo aquele dia em calma, à vista delas, obra de três a quatro léguas (…) E assim seguimos nosso caminho por este mar, de longo, até que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram vinte e um dias de abril (…) topámos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topámos aves a que chamam fura-buxos. Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome, o Monte Pascoal, e à terra, a Terra de Vera Cruz (…) Pela manhã fizemos vela e seguimos direitos à terra (…) avistámos homens que andavam pela praia. Afonso Lopes (…) meteu-se logo no batel e tomou dois deles. Um deles trazia um arco e seis ou sete flechas (…) Trouxe-os logo ao capitão em cuja nau foram recebidos com muito prazer e festim. A feição deles é serem pardos (…) avermelhados, de bons rostos e bons narizes (…) Andam nus (…) os seus cabelos são corredios (…) e um deles trazia uma espécie de cabeleira de penas de ave (…) O capitão (…) estava com um colar de oiro ao pescoço. Um deles pôs o olho no colar do capitão e começou de acenar com a mão para terra e depois para o colar como que nos dizendo que ali havia ouro. Também olhou para o castiçal de prata e assim mesmo acenava para terra (…) Mostraram-lhes um papagaio; tomaram-no logo na mão e acenaram para terra (…) Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela (…) Estavam na praia (…) obra de 60 (…) Vieram logo para nós sem se esquivarem (…) Pareceu-me gente de tal inocência que se homem os entendesse e eles a nós seriam logo cristãos (…)”
Carta de Pero Vaz de Caminha (adaptação)
Fonte: Descoberta do Brasil (1500). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
Em 1974 Celeste Caeiro tinha 40 anos e vivia num quarto que alugara no Chiado, com a mãe e com a filha. Trabalhava na rua Braancamp, na limpeza do restaurante Franjinhas, que abrira um ano antes. O dia de inauguração fora precisamente o 25 de Abril de 1973. O gerente queria comemorar o primeiro aniversário do restaurante oferecendo cravos à clientela. Tinha comprado cravos vermelhos e tinha-os no restaurante, quando soube pela rádio que estava na rua uma revolução. Mandou embora toda a gente e acrescentou: “Levem as flores para casa, é escusado ficarem aqui a murchar”. Celeste foi então de Metro até ao Rossio e aí recorda ter visto os “chaimites” e ter perguntado a um soldado o que era aquilo. O soldado, que já lá estava desde muito cedo, pediu-lhe um cigarro e Celeste, que não fumava, só pôde oferecer-lhe um cravo. O soldado logo colocou o cravo no cano da espingarda. O gesto foi visto e imitado. No caminho, a pé, para o Largo do Carmo, Celeste foi oferecendo cravos e os soldados foram colocando esses cravos em mais canos de mais espingardas.
De acordo com João André Costa, professor há 11 anos em Inglaterra, a maior conquista obtida com a revolução de Abril foi a EDUCAÇÃO.
Educar é crescer, crescer é viver e pós 25 de Abril crescemos como pessoas, crescemos como país.
No tempo do Estado Novo a educação no seu
sentido mais lato, como modo continuado de desenvolvimento das capacidades
físicas, intelectuais e morais do ser humano, era somente adquirido por um
grupo reduzido de pessoas, uma vez que a escolaridade, além da 4ª classe, era
um privilégio exclusivo para as pessoas com possibilidades económicas.
A revolução de Abril permitiu a todos os cidadãos
o acesso à escolaridade. Ao longo deste 45 anos fizeram-se grandes progressos na
educação, no ensino, na escola, mas também houve iguais retrocessos com insistentes
ataques aos professores e à escola pública, com o crescente descrédito e
desrespeito da classe docente cada vez mais envelhecida.
Mas não vamos desistir, pelo que cito João André Costa: “Sem educação não há liberdade. Sem educação não há resistência. Sem educação não há Abril, só esquecimento e um povo embrutecido entre a praia, futebol e centros comerciais.
Por isso continuamos a lutar e a repetir, ano após ano, antes do 25 de Abril, durante o 25 de Abril e depois do 25 de Abril, viva a liberdade, 25 de Abril sempre!”
Sophia de Mello Breyner
Andresen nasceu a 06 de novembro de 1919, pelo que este ano se celebra o
centenário do seu nascimento.
Foi uma das mais importantes poetisas portuguesas contemporâneas, sendo a primeira mulher portuguesa a receber, em 1999, o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões. Dos muitos outros prémios e honrarias, que ela recebeu saliento, ainda, o título Honoris Causa, em 1998, pela Universidade de Aveiro, o Prémio de Poesia Max Jacob (2001) e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana em 2003.
Em
termos cívicos Sophia de Mello Breyner participou ativamente da oposição ao Estado
Novo. Foi candidata pela oposição Democrática nas eleições legislativas de
1968. Apoiou
a candidatura do general Humberto Delgado e fez parte dos movimentos católicos
contra o antigo regime, tendo sido uma das subscritoras da “Carta dos 101
Católicos” contra a guerra colonial e o apoio da Igreja Católica à
política de Salazar. Foi sócia fundadora da Comissão Nacional de Socorro aos Presos
Políticos. Após a Revolução de abril de 1974 foi candidata à Assembleia
Constituinte pelo Partido Socialista em 1975. Apoiou, também, publicamente
a independência de Timor-Leste, consagrada em 2002.
Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu em Lisboa, no dia 2 de julho de 2004. Desde 2005 que os seus poemas estão em exposição permanente no Oceanário de Lisboa.
O poema
O poema me levará no tempo
Quando eu não for a habitação do tempo
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê
O poema alguém o
dirá
Às searas
Sua passagem se
confundirá
Com o rumor do mar com o passar do vento
O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento
No ar claro nas
tardes transparentes
Suas sílabas redondas
(Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas)
Mesmo que eu morra o
poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas
E entre quatro
paredes densas
De funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema no tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen,
Obra Poética, “Livro Sexto”
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Adoro História e estórias! Estórias que leio, que conto..., bem como sou entusiasta pela História do meu país / do meu povo.
Written
on 14/03/2019