Em 1974 Celeste Caeiro tinha 40 anos e vivia num quarto que alugara no Chiado, com a mãe e com a filha. Trabalhava na rua Braancamp, na limpeza do restaurante Franjinhas, que abrira um ano antes. O dia de inauguração fora precisamente o 25 de Abril de 1973. O gerente queria comemorar o primeiro aniversário do restaurante oferecendo cravos à clientela. Tinha comprado cravos vermelhos e tinha-os no restaurante, quando soube pela rádio que estava na rua uma revolução. Mandou embora toda a gente e acrescentou: “Levem as flores para casa, é escusado ficarem aqui a murchar”. Celeste foi então de Metro até ao Rossio e aí recorda ter visto os “chaimites” e ter perguntado a um soldado o que era aquilo. O soldado, que já lá estava desde muito cedo, pediu-lhe um cigarro e Celeste, que não fumava, só pôde oferecer-lhe um cravo. O soldado logo colocou o cravo no cano da espingarda. O gesto foi visto e imitado. No caminho, a pé, para o Largo do Carmo, Celeste foi oferecendo cravos e os soldados foram colocando esses cravos em mais canos de mais espingardas.
De acordo com João André Costa, professor há 11 anos em Inglaterra, a maior conquista obtida com a revolução de Abril foi a EDUCAÇÃO.
Educar é crescer, crescer é viver e pós 25 de Abril crescemos como pessoas, crescemos como país.
No tempo do Estado Novo a educação no seu
sentido mais lato, como modo continuado de desenvolvimento das capacidades
físicas, intelectuais e morais do ser humano, era somente adquirido por um
grupo reduzido de pessoas, uma vez que a escolaridade, além da 4ª classe, era
um privilégio exclusivo para as pessoas com possibilidades económicas.
A revolução de Abril permitiu a todos os cidadãos
o acesso à escolaridade. Ao longo deste 45 anos fizeram-se grandes progressos na
educação, no ensino, na escola, mas também houve iguais retrocessos com insistentes
ataques aos professores e à escola pública, com o crescente descrédito e
desrespeito da classe docente cada vez mais envelhecida.
Mas não vamos desistir, pelo que cito João André Costa: “Sem educação não há liberdade. Sem educação não há resistência. Sem educação não há Abril, só esquecimento e um povo embrutecido entre a praia, futebol e centros comerciais.
Por isso continuamos a lutar e a repetir, ano após ano, antes do 25 de Abril, durante o 25 de Abril e depois do 25 de Abril, viva a liberdade, 25 de Abril sempre!”
Quarenta dias antes da revolução do 25 de Abril de 1974, deu-se a tentativa das Caldas. Um fracassado golpe militar que contou somente com 170 homens da Infantaria 5 das Caldas da Rainha. Frustrados os objetivos, foram feitas prisões a nível militar.
O golpe das Caldas acabou por ser um ensaio militar na preparação das operações que conduziram à revolução do 25 de Abril de 1974, que instaurou a democracia no nosso país e recuperou as liberdades fundamentais do povo português.
O já falecido historiador e político António Medeiros Ferreira referiu que o 16 de Março esteve para o 25 de Abril como o 31 de Janeiro esteve para o 5 de Outubro, mas que a História por vezes é cruel e este foi injustamente esquecido.
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